Resenhas: Basttardos: Honrando Seu Legado Com Vigor!

Resenhado por Ygor Nogueira.

Honrando seu legado, os Basttardos oriundos do Hell de Janeiro, sequestraram o trem da velha ferrovia, carregaram de Jack Daniels, barris de gasolina e pólvora, e simplesmente saíram desenfreados fazendo alguns tantos reféns em seu desgovernado: "O Último Expresso".

Produzido pelo vocalista e guitarrista Alex Campos, o segundo EP - na minha modesta opinião - digno de ser chamado de full-length, mostra mesmo que os desafios só nos tornam mais fortes e melhores a cada nova barreira. Tudo soando limpo, reto, e muito mais pesado que seu trabalho de estréia, uma sonoridade polida e bem pegada, desafiando os próprios limites e os ultrapassando com destreza!

Voltando fortes como lobos vagantes dos desertos de areia, o trio deixa claro que o medo de arriscar e inovar dentro do próprio som não é problema por aqui! O disco é eclético dentro de si mesmo, com muita variação rítmica e acréscimo de mais alguns elementos em sua música, como: dedilhados cativantes e solos derivados do country, assim como alguns efeitos sonoros retirados de um filmes de terror.

Mantendo-se sempre fiéis a sua essência o trio abusa de sua versatilidade na hora de compor. A autenticidade aqui é lei e formula uma personalidade vibrante, original e alucinante fincada no tradicional rock n' roll.

A parte lírica é bem trabalhada e distribuída em temáticas refletivas, críticas e interessantes, passando longe de ser aquela letra só pra "fechar" o repertório. Há espaço para todos os sentimentos, de fúria, raiva, indignação; também para emoções como amor, excitação. Tudo isso funcionando com muita intensidade rítmica e emocional!

"Exilados", por exemplo: destila guarnecidamente toda indignação, fúria e rebeldia através dos riffs cortantes e os vocais despudorados e agressivos te fazendo sentir na pele as sensações. "O Terceiro Elemento" é misticismo rítmico puro, investida em muita variação e um trabalho mais amplo dos vocais, explorando diversos pontos e tonalidades, das nuances mais suaves à mais densas.

O artista Alexandre Ferreira encarregou-se de dar vida à obra, trazendo a locomotiva e todo horror nela contida à tona. A união de horror e simplicidade caíram muito bem e captou, de maneira fácil, a proposta do disco.

O fato é que os foras-da-lei cariocas estão à cada dia mais municiados e armados até os dentes, atirando com muita técnica e precisão contra os empecilhos à sua frente, e aptos o suficiente para continuar fazendo jus a sua reputação!

Músicas:
01. Basttardos
02. Licor de Cereja
03. Despertar do Parto
04. Exilados
05. Terceiro Elemento

Integrantes:
Alex Campos – Guitarra e Voz
Bernardo Martins - Bateria
Terceiro Elemento - Baixo

Sites Relacionados:
www.basttardos.com.br

Resenhas: Battalion: Muita Glória e Paixão Ao Metal!

Resenhado por Ygor Nogueira.

Usando a velocidade à seu favor, o Battalion, predomina de um Speed Heavy Metal altamente agressivo, ríspido e direto! O trio catarinense abraça o Heavy Metal com unhas e dentes cravados em suas raízes pavimentadas no "oitentismo".

Seu disco de estreia, lançado em 2013, "Empire of Dead", e produzido por André Tulipano (do Steel Warrior) é de uma sonoridade intensa que descarta qualquer aspecto do metal moderno e destila tradicionalismo aos montes. Muito intenso e cheio de vigor, o disco transborda energia e paixão pelo metal.

O trio abusa dos riffs marcantes, com muita empolgação e solos contagiantes, sempre firmes, com aquela pegada precisa de velocidade altamente agressiva, refrões grudentos e os bumbos ininterruptos de Fabiano Barbosa garantindo moshs destruidores e muita dor no pescoço.

Os vocais de Marcelo Fagundes assumem a linha de frente com muita maestria. Graves e agressivos, eles caem de forma certeira nas oito faixas do álbum.

Fabiano Barbosa também assinou a arte da capa que, nada mais do que esperado - e isso não é ruim -, remete-se ao tradicionalismo metálico de oitenta: caveiras, armaduras e armas empunhando todo sangue e glória!

Seco, honesto, enérgico, veloz e muito old school, o Battalion mostra muita competência e identidade suficiente para representar o estilo. Faixas como "Empire of Dead", "Invaders", "Valley of the Dead" e "Battalion of Metal" são exemplares plausíveis disso!

O trio não parou por ai e lançou recentemente "Tyrants of Evil", em 2015, e provou que o que era bom ficou ainda melhor!

Battalion - Empire of Dead (CD, 2013)
(Kill Again Records - Nacional)

01. Invaders
02. Empire of Dead
03. Forged by Iron and Fire
04. Looters
05. Valley of the Dead
06. Steel Avenger
07. Blood of Circle
08. Battalion of Metal

Integrantes:
Marcelo Fagundes: Vocal e Guitarra
Jefferson Jr: Baixo
Fabiano Barbosa: Bateria

Sites Relacionados:
www.facebook.com/battalionofmetal
www.sanguefrioproducoes.com/bandas/Battalion/12

Resenhas: Vulcano: Um Orgulho Para O Metal Brasileiro!

Resenhado por Ygor Nogueira.

Considerada a pioneira do metal extremo no Brasil e, uma das principais bandas de Black/Death Metal, o Vulcano, fundado em 1981, é um dos maiores orgulhos do país tem dentro da música e do cenário independente.

Os veteranos Guerreiros de Satã, com uma longa e aclamada - mas, nada fácil - trajetória, somando nove álbuns de estúdio, shows memoráveis, grandes turnês e sucesso de público dentro e fora do país se mostram cada dia mais vivos e com a mesma energia de trinta e cinco anos atrás.

O sucessor de “The Man, The Key, The Beast” (2013), "Wholly Wicked" (2014) foi gravado no O Beco Studio, Santos-SP, e produzido pelo guitarrista Zhema Rodero traz uma roupagem voltada para as pegadas mescladas do Thrash e Black Metal.

Uma sonoridade vingadora, com muita abrasividade e claro, sempre soando honesta e direta. Técnica e evolução são fatores impressionantes por aqui, mantidos sempre com muita versatilidade, peso infinito e uma cozinha rítmica bem trabalhada, com ótimo desenvolvimento e dinamismo.

Uma produção bem nivelada, limpa, mas não tirando as doses cavalares de peso do lugar, o disco soma dez faixas repletas de riffs cortantes, incessantes e pegados com toda a essência vital "vulcânica" de ser. A melodia também aparece mais constantemente, mas claro, muito bem peneirada diante da cadência predominante!

Luiz Carlos Louzada mas uma vez impressiona com linhas vocais absurdamente primorosas, do visceral ao gutural, do mas rasgado ao mais denso, o músico tem mesmo habilidade de sobra e sem dúvidas é um dos maiores vocalistas do país!

"The Tenth Writing", "Pentagram", "Daughters of Pagan Rituals", "The Return of a Long Night", e "Malevolent Mind" são as verdadeiras esmagadoras de crânio num disco onde a quebra de pescoços é mais do que garantida. É imperial!

O Vulcano é um verdadeiro orgulho para os metaleiros do Brasil, bem equilibrado e experiente em tudo que criou e conquistou até aqui, o quarteto não deixa à desejar em nada para as bandas estrangeiras e representa bravamente nossa terrinha!

Wholly Wicked (CD, 2014)
Renegados Records (Nacional)

1- The Tenth Writing
2- Pentagram
3- Daughters Of Pagan Rituals
4- Infusion Of Hatred
5- The Return Of A Long Night
6- Thisrt For Vengeance
7- Wholly Wicked
8- Tormented
9- Malevolent Mind
10- Blowing Death

Integrantes:
Luiz Carlos Louzada - Vocal
Zhema Rodero - Guitarras
Ivan Pellicciotti - Baixo
Arthur Von Barbarian - Bateria

Sites Relacionados:
www.vulcanometal.com
www.facebook.com/VULCANOMETAL
www.sanguefrioproducoes.com/bandas/Vulcano/20

Resenhas: Distraught: Um Disco Impetuoso. Sonora e Liricamente!

Resenhado por Ygor Nogueira.

Tradição, brutalidade e técnica realmente definem o Distraught de uma maneira curta e grossa. Mas os gaúchos que somam agora seus vinte e seis anos de discos insanos, tours gloriosas e shows arrebatadores, vão muito além disso!

O quinteto que sempre pôs o dedo nas feridas podres da humanidade, mostrando todo lado horrendo e obscuro que nós temos dentro de si, fechou o ano de 2015 com o seu mais novo disco, o 6° de estúdio, e vem arrebentando barreiras de elogios e boas críticas em demasia da mídia especializada!

"Locked Forever", gravado no estúdio Monostereo com a produção do renomado Renato Osorio, mixagem por Benhur Lima - ambos do Hibria - e masterização por Adair Daufembach é impetuoso, ácido, pesado, sonora e liricamente!

Baseado no livro "Holocausto Brasileiro", de Daniela Arbex, a temática das letras é macabra, insana, assustadora e realista, principalmente! O livro conta sobre o hospital psiquiátrico Colônia, da cidade de Barbacena-MG, onde mais de 60.000 internos morreram em seus corredores. O grupo concentrou suas ideais em tais fatos e o resultado foi destilado de forma ríspida e chocantes em cada uma das nove faixa do disco!

O álbum é a trilha sonora perfeita e mais acentuada para que possamos imaginar toda série de assassinatos, maus tratos, genocídios, gritos, choros, carnificina e muito sangue derramado. Para cada música, uma cena.

Em alto nível de qualidade riffs brutais são despejados vorazmente, guitarras afiadas ressoam bases com muita exatidão e peso incomum, ora cadente, arrastado e cravado, ora veloz, incessante e esbravejante. Mauricio Weimar - Nephasth, The Orther -, que completou o quinteto após a saíde de Dio Brito é outro grande destaque desse disco, fazendo um trabalho técnico monstruoso de bateria depositando toda sua técnica nas variações, quebradas bruscas, resistência e precisão. Enquanto os vocais de André Mayer continuam mais ferozes do que nunca, linhas viscerais, latentes e muito insanas!

"Between the Walls of Colônia", "Lost", "Locked Forever", "Shortcut to Escape", "Blacktrade" e "The Last Trip" são a prova de um trabalho absurdamente lapidado profissionalmente e bruto em potencial!

Pra registrar todo esse vasto trabalho sonoro e lírico em forma de arte, o brasileiro Marcelo Vasco (Slayer, Soulfly, NervoChaos, Astafix) tratou de retratar todo esse massacre em sua arte, estampando a belíssima capa e encarte, que ainda vem em formato digipack. Elegante!

Pesado, agressivo, crítico e técnico, o álbum remete a evolução proativa e constante do Distraught à cada lançamento, sua música à cada dia mais consistente, orgânica, abrasiva e temática explorando de forma complexa todo potencial e talento dos músicos. Não é exagero dizer que além de ser um trabalho fácil de consumir como ouvinte, também é vasto à ser explorado, e mostra que a banda vive seu melhor momento!

Locked Forever (CD, 2015)
(Voice Music - Nacional)

1. Between the Walls of Colônia
2. Lost
3. Locked Forever
4. Dehumanized
5. Brazilian Holocaust
6. Shortcut to Escape
7. Blacktrade
8. The Blind Vision of the Enemy
9. The Last Trip

Integrantes:
André Meyer – Vocal
Ricardo Silveira – Guitarra
Everton Acosta – Guitarra
Nelson Casagrande – Baixo
Maurício Weimar – Bateria

Sites Relacionados:
www.facebook.com/distraughtband
www.metalmedia.com.br/distraught

Resenhas: Atlantis: Fruto da Grande Safra Oitentista.

Resenhado por Ygor Nogueira.

Os anos oitenta foi um ano, na verdade uma década, tão crucial para o metal que é impossível passar despercebido para os metalbangers daquela e de todas as gerações até aqui. O oitentismo ainda circula fortemente por nossas veias, e isso nunca irá mudar. E a maioria de nós nem queremos que isso mude, certo?

O Atlantis, trio de Jaraguá do Sul-SC, concentra sua música nas linhas da NWOBHM investindo em muita variação rítmica, e assim, fazem uma sonoridade equilibrada. Com isso, o grupo chega a soar clássico antes mesmo do sucesso.

Apesar da produção do EP ser abafada, os músicos não deixam por menos, e isso fica como apenas um detalhe que venha a ser modificado posteriormente. Pois, o que podemos captar aqui é o talento individual de cada um à completar o peso como um todo!

Riffs grudentos e sólidos com solos muito bem criados e executados carregados pela chama metálica é o que torna tudo aqui ainda mais apaixonante, aquela serradeira cravada. O que não fica para trás também é a vivacidade do baixo, sempre pulsando firme para a boa execução de bateria. O grande destaque vai para os vocais cheios de versatilidade e garra, fieis ao estilo!

"Cretan Labyrinth", "Flight Malaysia" e "Summoning the Witch" são os destaques mais abrasivos do EP que ainda conta com um cover do Angel Witch, que me parece uma nítida referência do trio.

O Atlantis tem todo o necessário para se tornar uma ótima referência ao estilo, talento, técnica, vigor e alguns ajustes poderão levar esse trio ainda mais longe!

Músicas:
01 Intro / Dracul
02 Flight Malaysia
03 Cretan Labyrinth
04 Chained
05 Summoning the Witch
06 Angel Witch (Angel Witch cover)

Integrantes:
Tino Barth: Vocal e Guitarra
Jonathan Odorizzi: Baixo
Bruno Eggert: Bateria

Sites Relacionados:
www.facebook.com/AtlantisHeavyMetal
www.sanguefrioproducoes.com/bandas/Atlantis/18

Resenhas: Jailor: Stats of Tragedy (CD, 2015)

Resenhado por Ygor Nogueira.

A espera realmente é algo que pode surpreender! E quando essa surpresa é daquelas muito boas, você sabe o quanto recompensa esperar. O quinteto curitibano Jailor, chega ao segundo disco de inéditas dez anos após "Evil Corrupts", seu álbum de estreia.

O grupo que fez questão de manter viva sua essência original, retorna ainda mais abrasivo, com aquele Thrash Metal denso e gorduroso dando origem à oito composições perfeitas para descer a porradaria sem dó nem piedade!

A produção feita no Avant Garde Studios (CR) por Maiko Thomé Araújo eleva ainda mais o arsenal poderoso e denso de "Stats of Tragedy". A sonoridade raçuda de um Old School impetuoso, está aqui, ainda mais lapidada e com muito vigor!

Há, de cara, uma vasta evolução da banda e fôlego sobrando para emanar tanta energia em uma forma eletrizante de fazer música. Toda temática das letras, carregadas pelos mais diversos problemas do nosso meio social e humano, é destilada na rifferama devastadora e solos impregnantes de guitarra, baixo e bateria levando a cozinha com pulsação e pegada firme enquanto os vocais, literalmente rasgados, completam o massacre sonoro desse quinteto!

Músicas como "Human Unbeing", "Stats Of Tragedy", "Throne Of Devil", "Jesus Crisis" e "Six Six Sickness" são demonstrações do porque você vai ter que preparar o Doril, a compressa de gelo e uma tala depois que escutar o disco!

A ilustração feita pelo artista Anderson L.A. deu seu brilho extra para o full length, mais do que captando, transparecendo toda temática do disco.

O Jailor recompensou dez anos de espera com um trabalho de nível exemplar, com muita qualidade e profissionalismo, "Stats of Tragedy" faz jus à ótima recepção e elogios positivos dos fãs e da mídia especializada entrando também, para os lançamentos consagrados de 2015.

Músicas:
1. G.O.D.
2. Human Unbeing
3. Stats Of Tragedy
4. Throne Of Devil
5. Merciless Punishment
6. Jesus Crisis
7. The Need Of Perpetual Conflict
8. Ephemeral Property
9. Six Six Sickness

Integrantes:
Flávio Wyrwa: Vocal
Guima: Guitarra
Daniel Hartkopf: Guitarra
Emerson Niederauer: Baixo
Jeff: Bateria

Sites Relacionados:
www.facebook.com/jailorthrash
www.blacklegionprod.com/?s=Jailor

Resenhas: It's All Red: Um forte representante do Metal Moderno!

Resenhado por Ygor Nogueira.

Rotular, não rotular. O importante é fazer metal de qualidade! O quinteto de Porto Alegre, RS, que chega em seu segundo disco da carreira com muito gás e pouco falatório, mostrando saber usar a modernidade musical como uma verdadeira arma musical!

A sonoridade modelada numa base experimental do thrash metal mesclada na proposta do metal moderno, usando de alguns elementos do Melodic Death Metal e do Metalcore para originar e rechear sua identidade.

"Lead By The Blind" mostra-se um disco um tanto quanto criativo, deixando claro que o que mais se predomina em suas treze faixas é a variação rítmica encontrada em cada canção. Além de possuir um lado lírico, que abordam letras inteligentes e temáticas. A influência da modernidade bem balanceada entre momentos abrasivos e outros mais ganchudos cai, por sinal, como uma luva, pois além de melodia e coesão, o nível técnico e uma ótima produção deixa tudo muito claro.

A produção à cargo da banda e de Rafael Siqueira é realmente um ponto forte, sendo perceptível o ótimo equilíbrio harmônico em todas as faixas. Uma técnica destacada de riffs e solos bem executados, vocais muito bem calibrados e em variados tons, sempre soando limpos, ríspidos, melódicos e fortes!

"Integrate Forever", "Mritak", "Killing a Dead Tree", "Propagates The Rage", "Victoria Needs To Lose" e "Birth of Liquid Desires" são demonstrações excelentes da união da modernidade com o peso do extreme metal. O It's All Red afirma-se em "Lead By The Blind" como um dos principais nomes à representarem o metal moderno, com um longo caminho à percorrer!

Lead by the Blind - It's All Red
(Secret Service Records - 2015)

01. Integrate Forever
02. Lead by the Blind
03. Plavalaguna
04. Mritak
05. Steps of Ancient Elephants
06. Killing a Dead Tree
07. Propagates the Rage
08. Last Day of the Sun
09. Victoria Needs to Lose
10. Birth of Liquid Desires
11. Power to Let Power Go
12. What is Blood if Not for Shedding?
13. I’m your Superhero

Integrantes:
Tom Zynski - Vocais
Juliano Ângelo - Guitarras
Rafael Siqueira - Guitarras
Gabriel Siqueira - Baixo
Renato Siqueira - Bateria

Sites Relacionados:
www.itsallred.com
www.metalmedia.com.br/itsallred