01 julho, 2016

Resenhas: Dysnomia: Proselyte (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Tem se tornado difícil enumerar a quantidade de bandas que vem superando expectativas e surpreendendo, calando a boca de muita gente que afirma que o metal brasuca morreu nos anos noventa. A verdade é que a massa, a melhor parte da pizza, está no fundo, longe de falsas bajulações por parte dos holofotes bonitinhos das TVs e das rádios!

Mesmo tendo lançado anteriormente uma demo em 2009, e o EP “As Chaos Descends” (2013), apenas agora em 2016 o quarteto paulista apresenta seu primeiro full lenght, o monstruoso "Proselyte". E se você conheceu a banda antes disso, prepare-se para extinguir seus velhos conceitos sobre a mesma e ficar boquiaberto com a nova cara do Dysnomia!

Percebe-se que a banda se lapidou elevadamente e agora abusa da técnica coletiva e individual de cada um para originar uma sonoridade avassaladora. Sob a produção, mixagem e masterização de Gabriel do Vale e da própria banda no Nova Estúdio, o disco mantém sua essência cavalar de brutalidade deixando espaço para que tudo seja assimilado com facilidade, alinhando todos os seus compostos e harmonizando tudo na medida certa.

Muito bem arquitetado, cada pilar desse álbum foi esmerado com maestria. Riffs cerrados e carrancudos que parecem cravar o crânio sendo posteriormente incrementados por solos gordurosos e muito bem executados - agora mais longos e mais presentes. A união das cordas graves com um excelente trabalho de bateria dão uma pegada maciça, enquadrando bem a cozinha rítmica e a brutalidade imperial.

Os vocais de João Jorge são um espetáculo à parte. Mostrando muita competência e fôlego, o vocalista conduz muito bem sua técnica enriquecendo ainda mais as dez composições do disco que, apesar de soar agressivo e denso de cabo à rabo, dispõe de espaço suficiente para o encaixe dosado de melodias e "breakdowns".

O artista Gustavo Sazes, que trabalhou com Morbid Angel, Arch Enemy, Korzus, ficou responsável de trazer a mensagem da banda para o papel e requintou a obra numa belíssima capa e encarte.

Dando uma pedrada na face da sociedade, tanto musical como liricamente com suas letras recheadas de criticas e rebeldia, o bruto e agressivo Dysnomia enraíza-se nos tímpanos dos apreciadores da musica extrema com “Ascension”, “Palingenesis”, “Proselyte”, "Begotten" e "The Storm Arrives" não os deixando pregar o olho nem muito menos parar de estalar o pescoço!

"Proselyte" garantiu seu lugar na lista dos melhores discos do ano!

Dysnomia - Proselyte (CD, 2016)
Independente - Nacional

Músicas:
1. Ascension
2. Palingenesis
3. Proselyte
4. Spiralling into Oblivion
5. Sisyphus
6. Begotten
7. The Storm Arrives
8. Obsolete Humachinery

Integrantes:
João Jorge - Vocais, guitarras
Julio Cambi - Guitarras
Denilson Sarvo - Baixo
Érik Robert - Bateria

Sites Relacionados:
www.facebook.com/dysnomiabr
www.metalmedia.com.br/dysnomia