Resenhado por Ygor Nogueira.
Na hora de produzir algo de qualidade é mais do que certo que a experiência faça toda diferença, uma verdade absoluta para qualquer ocasião. E quando o quesito é esse, eis que os cariocas do Land Of Tears dão uma verdadeira aula no mundo do metal.
O primeiro álbum do quarteto fluminense, o intitulado "The Ancient Ages of Mankind", mostra com muita maestria, toda técnica e maturidade acumulada e consagrada em quatorze anos de carreira. Moldando sua própria identidade, "The Ancient Ages of Mankind" foi gravado no HCS Studios (RJ) tendo a produção, mixagem e masterização de Marco Anvito juntamente com a banda. O resultado foi mesmo esplêndido! Uma produção que destaca todos os pontos vitalícios de forma ímpar, ressaltando cada detalhe com muita clareza mas em nenhum momento deixando de ser regrado à peso. Uma qualidade altíssima, sem deixar a desejar.
O trabalho é esculpido numa base madura de Death Metal, acrescentando doses de Doom e Black. A estrutura dessas nuances fogem do tradicionalismo dos três gêneros, e de forma criativa, abrange uma musicalidade evoluída e equilibrada, fritando cérebros à todo custo. Os músicos exploram bastante a variação rítmica, mas sempre mantendo-se focados na agressividade de seu som, ponderando e alternando muito bem entre todos os lados.
O clima épico que é sentido nas nove faixas dá ao disco tamanha elegância homogênea. São riffs carregados e bem nivelados entre a dupla de guitarras, que faz um ótimo trabalho coletivo, soando sempre pegado, forte, preciso e dono de solos monstruosos. O contrabaixo parece mais nervoso e vívido, enquanto a bateria aparece mais complexa e incrementada com viradas violentas, jogos de pratos muito bem elaborados e bumbos sempre firmes e incansáveis. Robson Night Arrow mostra grande evolução, pois seus vocais estão soando mais técnicos, mas continuando com aqueles guturais rasgados e brutais.
"Old Legends" é um show de variações rítmicas surpreendentemente bem trabalhada em todos os momentos, seja na rifferama insana, nas quebradas bruscas, ou em seu solo ríspido. "Cerberus" apresenta-se como o ponto mais furioso desse disco, com riffs e vocais insanos ela é carrega um death metal mais bruto e veloz. "The Ancient Ages of Makind" a faixa-título do álbum é mesmo um clássico; mais cadenciada, ela carrega muita harmonia em sua composição remetendo um clima sombrio. O vibrantismo nórdico de "Mega Alexandros" soando como um plano de fundo para uma batalha épica; enquanto "Omega Legions" encerra o disco com seu massacre sonoro de velocidade e fúria.
A capa assinada pelo artista Antônio Sabá, contando com o design de Rodolfo Ferreira, da Obsidian Design Digital Art, é um trabalho belíssimo à parte, que honra a temática épica e mitológica subtraída da antiguidade europeia e suas culturas.
O lançamento que ficou sob às mãos de Black Legions Productions, e que teve a distribuição no Norte e Nordeste pela Rising Records, e no Sul e Sudeste pela Impaled Records, foi um acumulo de boas críticas da mídia especializada e com certeza um dos melhores discos de 2014.
"The Ancient Ages of Mankind" é o marco da consolidação do Land of Tears ao mundo.
Cuspindo ódio e agressividade de maneira inteligente!
"The Ancient Ages of Mankind" (CD, 2015)
(Black Legion Productions - Nacional)
01. Sons of Eternity
02. The Colossus of Rhodes
03. Old Legends
04. Cerberus
05. The Ancient Ages of Makind ➤
06. Forbidden God
07. Mega Alexandros
08. Pentekontoros
09. Omega Legions
Integrantes:
Robson Souto – Vocais e Guitarras
Leandro Xsa – Guitarras
Sérgio Vianna – Baixo
Orion Gobath – Bateria
Sites Relacionados:
www.facebook.com/L.O.T.Brazil
www.landoftearslegion.com
www.blacklegionprod.com/?page_id=2451