27 outubro, 2016

VOX MORTEM: Endless Karma (EP, 2014)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Uma energia fervescente emana das entranhas do Vox Mortem. Somando mais de uma década na estrada, o quarteto criado em áreas suburbanas do Hell de Janeiro usa sua sonoridade violenta e agressiva para ceifar pescoços com seu EP: "Endless Karma".

Sucessor do debut "The Worst Creature", de 2008, "Endless Karma" teve a difícil tarefa de honrar seu legado, e foi exatamente o que os cariocas fizeram! Seis anos de total jejum foram mais que o suficiente para o, agora quarteto, dá vida à uma pedrada certeira do mais raçudo Thrash!

Gravado, mixado e masterizado no HCS Studios (RJ), sob a cristalina produção de Marco Anvito, o EP reúne todas as influências viscerais da nata internacional e nacional as décadas de 80 e 90.

Cinco faixas abrasivas e ininterruptas, guitarras afiadíssimas cospem riffs raivosos e cortantes, prontos para amassar tímpanos sem piedade. Além disso, uma cozinha bem coesa e maçante construída pelas cordas graves e a bateria - que desce o cacete nos taróis, tons e bumbos com muita precisão e violência - dá a sustância necessária para que a rítmica do grupo se mantenha impetuosa de cabo à rabo.

Apesar de todas as faixas terem duração mediana, a audição agradavelmente destruidora do EP proporciona um repeat do mesmo. Além de solos esmerados e pomposos, que chamam atenção dentro do gênero, as músicas carregam uma boa estrutura lírica, abordando sobre espiritualidade, conflitos sociais, religião e realidade caótica fluindo sobre linhas vocais cheias de acidez.

As faixas "Endless Karma", "Operation Condor" e "Vermins of Christ" desbravam facilmente moshs agressivos e de tirar o fôlego, simplesmente abusam do peso e fúria! Fernando "Difth" Silva deixou a mensagem do disco impactante e estampada na capa em um trabalho gráfico muito bom.

Violento, feroz e eletrizante, "Endless Karma" não deixa pedra sob pedra e tem poder e personalidade suficiente para honrar o legado do Vox Mortem até aqui. Recomenda-se!

Vox Mortem - Endless Karma (EP, 2014)
Independente - Nacional


Músicas:
01 Endless Karma
02 Operation Condor
03 Spiral of Disillusion
04 The Agnostic
05 Vermins of Christ


Integrantes:
Eduardo Martins: Vocal e Baixo
Esaú Xavier: Guitarras e Backing Vocals
Jean Rezende: Guitarras
Flávio Monteiro: Bateria

Sites Relacionados:
www.facebook.com/voxmortembrasil
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26 outubro, 2016

OLDER JACK: Metal Über Alles (CD, 2015)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Numa mistura eloquente de Rock n' Roll de origem e Heavy Metal, o quinteto catarinense Older Jack destila uma sonoridade diferenciada e latente, fazendo da mesma uma isca perfeita para fisgar tímpanos.

E debut "Metal Über Alles", gravado e mixado no DIGI Studios (Blumenau-SC) sob a direção de Vitor Nunes e dispondo de uma produção acima da média ganha destaque não apenas por sua qualificada engenharia de som, mas também por sua parte lírica toda cantada em alemão, língua que todos os integrantes da banda falam fluentemente.

Isso mesmo, senhores! Lançado em novembro de 2015, o disco carrega oito faixas excelentes, de riffs pegajosos, refrões que se prendem aos crânios, fugindo de qualquer tradicionalismo e borrifando personalidade e autenticidade de sobra.

Harmonias bem conduzidas mesclam pitadas de Heavy Metal, pegadas violentas de Thrash e momentos grooveados de Stoner, guitarras trabalhando à todo vapor e cuspindo uma chuva de riffs pesados adubando o terreno para um enxurrada de solos ricos, precisos e primorosos. A duo feita entre a latência das quatro cordas e a bateria mantém a rítmica sempre em alta e viva ao comando dos vocais rasgados e nivelados de Carlos Klitze.

Toda essa estrutura e qualidade fazem com que o disco soe bom por completo, deixando todas as faixas em destaque e arrematando devidos méritos, mas se petiscos são permitidos, "Öl Und Blut", "Fosa" e "In Namen Das Geldes" atendem muito bem até a degustação final!

O Older Jack e seu diferencial gritante, datam qualidade de sobra e muito afinco para chegar muito longe, e o primogênito "Metal Über Alles" é a prova de que muita coisa boa ainda pode ser lançada. Não espere, ouça!

Older Jack - Metal Über Alles (CD, 2015)
Independente - Nacional

Músicas:

1 - Öl und blut
2 - Metal über alles
3 - Fosa
4 - In Namen Das Geldes
5 - Luft
6 - Macumba
7 - Wahnsinn
8 - Das Ende



Integrantes:
Vocal: Carlos Klitzke
Guitarra : Deivid Wachholz
Guitarra: Hermann Wammser
Baixo : Cesar Rahn
Bateria: Bruno Mass

Sites Relacionados:
www.facebook.com/olderjackoficial
www.roadie-metal.com/press/older-jack

22 outubro, 2016

LAVAGE: Zombie Walk (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

A Lavage representa um dos nomes mais antigos para a cena alternativa de Fortaleza-CE. O quinteto que vem somando mais de dez anos de estrada lança em 2016 seu mais novo trabalho de estúdio, o intitulado: "Zombie Walk".

Mesmo com inúmeras baixas em suas formações ao passar dos anos, o quinteto liderado pelo vocalista e fundador Bruno Andrade destila uma sonoridade Classic Punk à lá anos 70/80, com pitadas de ironia e humor para tratar de temáticas importantes em suas letras, que vão desde os problemas cotidianos até a política.

Gravado e mixado no estúdio Ruído 111, sob a engenharia de som nas mãos de Paulo Eduardo, o sexto disco de estúdio é esmerado em ótimo nível, possibilitando preservar as guitarras sujas do estilo mais as deixando cristalinas o suficiente para que possamos nos atentar aos mínimos arranjos.

O disco carrega dez faixas cheias de energia, rebeldia, flagelação e protesto, pessoal e social. Riffs sedentos aplicados com acidez te fazem querer saltar da cadeira e entrar nessa sonoridade dançante que pode ser bem destacada nas faixas "Cascalho", "Decadência", a própria "Zombie Walk" que mescla um Elvis com Clash bem cativante, a já conhecida "No Lounger" que ganhou espaço por aqui e o divertido Brega-Punk de "Radiola".

O ilustrador Guabiras ficou responsável por estampar a capa do trabalho, fazendo uma charge da própria banda em uma sátira bem humorada sobre os protestos modinhas que tivemos no país ultimamente, tudo não passava de folho de palha.

A verdade é que, com bom humor e consciência, a Lavage sobrevive aos anos sempre com muita energia e parece transpirar juventude de sobra para continuar arregaçando as mangas por um bom tempo!

Lavage - Zombie Walk (CD, 2016)
Independente - Nacional

Músicas:

01 Insustentável
02 Cascalho
03 Viver no Brasil
04 Dez
05 Decadência
06 Zombie Walk
07 Degeneração
08 No Lounger
09 Desintegração
10 Radiola


Integrantes:
Bruno Andrade: Vocais
Everardo Maia: Guitarra
Glênio Mesquita: Guitarra
Rafael Maia: Baixo
Rogério Ramos: Bateria

Sites Relacionados:
www.roadie-metal.com/press/lavage
www.facebook.com/banda.lavage

ROADIE METAL: Volume 8 (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Chegando a oito edições lançadas, e com uma nona engatilhada, as compilações produzidas pela Roadie Metal (Rádio e Assessoria de Imprensa) sob o comando do radialista e apresentador Gleison Júnior continuam consolidadas e com força total.

Mundialmente distribuídas as coletâneas continuam a alavancar inúmeras críticas positivas e ganhar ainda mais respeito e admiração da mídia especializada e de velhos e novos fãs do trabalho.

Um dos pontos demasiadamente favoráveis que os volumes ganharam à cada edição foi o prezo em sempre melhorar sua qualidade em todos os sentidos, desde a engenharia de som, passando por design e expansão. Exatamente esses fatores levaram a Roadie Metal chegar tão longe, sempre com os pés no chão.

No "Volume 8" não poderia ser diferente! Lapidado e cristalino, os dois discos se mantém nivelados no ponto, preservando o peso e a músicas de trinta e três bandas dos mais variados estados do país, veteranos de longas datas e guerreiros que buscam ganhar seu espaço entre os gigantes mostrando que tem muito para somar em nome do metal.

A primeira metade da coletânea veio para amassar crânios! Trazendo monstros sagrados como Claustrofobia e Torture Squad ao lado de Necrofobia e Death Chaos para somar quase vinte minutos de violência e agressividade só pra começar. O disco ainda leva destaques como Jailor, Hunger dando sendo bem vindo desprovido de um Thrash sanguinário, Crookhead mesclando entre o Thrash e Death Melódico fazendo uma chuva de pedais duplos e guitarras afiadas, Dying Suffocation e seu Black/Doom visceral e Voiden com uma enxurrada de Metal Negro!

Já na segunda parte temos uma mescla de vertentes em potencial. Black Triad abre o set com o rock n roll grudento em "R.I.P", para o veterano Apple Sin atacar com sua canção em homenagem ao apresentador Gleison Júnior na faixa "Roadie Metal. Brutalian tomando as rédeas de punhos sempre abrasivos, Heaven Guardian apresentando uma sonoridade épica e bem polida, surpreendo nessa edição, juntamente com o gigante Darkship em "Poison" esbanjando talento e técnica.

O fato é que a Roadie Metal começou como uma iniciativa sem ganância, mas sempre pensando no que poderia melhorar e oferecer para os artistas e o público em geral. Com árduas batalhas, foram somando inúmeras conquistas, sendo essas mesmas conquistas voltadas para o crescimento coletivo desse projeto, e não é pura coincidência terem chegado tão longe.

É amor pelo que faz, pela camisa que veste e muito, mais muito trabalho! Mais uma vez tiro meu chapéu, parabéns!

Roadie Metal - Volume 8 (CD-Coletânea, 2016)
Independente - Nacional

CD 1:

01 – Claustrofobia: Metal Maloka (Santos/SP)
02 – Torture Squad: Return of Evil (São Paulo/SP)
03 – Necrofobia: Membership (Ribeirão Preto/SP)
04 – Death Chaos: From The Dead They Will Rise (Curitiba/PR)
05 – Jailor: Stats of Tragegy (Curitiba/PR)
06 – Hunger: Demons In White (Indaiatuba/SP)
07 – Stoned Bulls: Good For Shit (São João da Boa Vista/SP)
08 – Burnkill: Guerra e Destruição (Pouso Alegre/MG)
09 – Terrorsphere: Assassinos (Londrina/PR)
10 – Crookhead: Via Crucis (Araraquara/SP)
11 – Fallen Idol: The Boy and The Sea (Arujá/SP)
12 – Tormentor Bestial: Demon of Pervertion (Taubaté/SP)
13 – Dying Suffocation: Deathbed (Pato Branco/PR)
14 – Voiden: Antares (São Paulo/SP)
15 – Quintessente: Towards Eternity (Rio de Janeiro/RJ)
16 – Haumette: Changed Heart (Brotas/SP)

CD 2:
01 – Black Triad: R.I.P. (Porto Alegre/RS)
02 – Apple Sin: Roadie Metal (Barroso/MG)
03 – Rising: Road of Metal (São Paulo/SP)
04 – Brutallian: Blow On The Eye (São Luis/MA)
05 – Heaven’s Guardian: Dream (Goiânia/GO)
06 – Super Over: Esquema (São Carlos/SP)
07 – Darkship: Prison of Dreams (Carlos Barbosa/RS)
08 – Soledad: Giant (Belém/PA)
09 – Moby Jam: Homem de Gelo (Varre-Sai/RJ)
10 – Sickymind: Question of Honor (Atibaia/SP)
11 – Oni: Pedaços (Feliz/RS)
12 – Ariel/Kaliban: À Morte (Palmeira dos Índios/AL)
13 – Blancato: Laís (Uberlândia/MG)
14 – Neogenese: Oceans of Time (São José dos Pinhais/PR)
15 – High Moonlight: Inovaya (São Paulo/SP)
16 – Brvto Amor: Vida (Rio de Janeiro/RJ)
17 – The Walkins: O Sinal (Indaiatuba/SP)

Sites Relacionados:

www.roadie-metal.com

20 outubro, 2016

SOILWORK: Death Resonance (CD-Compilation, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

O Soilwork, além de ser um destaque entre tantos dentro de seu gênero, sempre esteve disposto para ultrapassar os próprios limites deixando de lado o receio e tendo ousadia suficiente para inovar em sua música.

O tempo foi passando, e nada mais nada menos que onze discos foram lançados até aqui, somando também uma primeira compilação lançada (10) e com pouco mais de duas décadas na estrada a banda chega com sua segunda compilação: "Death Resonance".

Longe de soar como um "Greatest Hits", o disco lançado nacionalmente pela Shinigami Records, em parceria com a Nuclear Blast Brasil, está mais para uma coletânea ousada, que reúne em um só lugar todos os "bônus tracks" lançados em discos que ganharam edições japonesas além das faixas "Helsinki" e "Death Resonance", que são materiais inéditos.

Temos então, dezesseis faixas contando com a engenharia de dez produtores diferentes - o que não é anormal para a oscilação de qualidade e masterização se diferenciar de uma para outra - banhadas em muito Melodic Death Metal de primeira, sempre bem orquestrado e coeso.

O Soilwork nunca perde a mão com seu dueto de guitarras destilando ótimos riffs e melodias bem incrementadas, além da base rítmica exemplar de baixo e bateria e vocais transitando entre as nuances limpas e raivosas. Não há limites para a criatividade destemida desses rapazes!

Dono de uma arte simples, mas bem trabalhada em tons de preto e vermelho, assinada por Mircea Gabriel Eftemie, "Death Resonance" é disco a reunir um pouco da história traçada pelo Soilwork desde o início e uma boa pedida para celebrar tantas conquistas!

Soilwork - Death Resonance (CD-Compilation, 2016)
Shinigami Records / Nuclear Blast Brasil - Nacional

Músicas:

1. Helsinki
2. Death Resonance
3. The End Begins Below the Surface
4. My Nerves, Your Everyday Tool
5. These Absent Eyes
6. Resisting the Current
7. When Sound Collides
8. Forever Lost in Vain
9. Sweet Demise
10. Sadistic Lullabye 2010
11. Overclocked (2016 Mix)
12. Martyr (2016 Mix)
13. Sovereign (2016 Mix)
14. Wherever Thorns May Grow (2016 Mix)
15. Killed by Ignition (2016 Mix)


Sites Relacionados:
www.soilwork.org

11 outubro, 2016

EQUILIBRIUM: Armageddon (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

O quinto álbum do quinteto alemão Equilibrium estava na mira de muitos admiradores e não demorou para que chegasse às mãos dos mesmos, os deixando boquiabertos com tamanha obra!

Não é novidade alguma que com o passar do tempo a sonoridade do quinteto vem se lapidando disco após disco, fazendo com que a banda experimente arriscar, descartar velhos elementos e acrescentar outros novos, até os "livrando" de cair em rotulações de praste.

E com a expansão gradativa de sua música, abandonando a raíz do Folk e beirando a mórbida atmosfera do Doom, Symphonic e Black Metal o novo trabalho chega até o Brasil, graças sua edição nacional lançada pela Shinigami Records, arrancando inúmeras criticas positivas e pegando muita gente na surdina.

Letras com temas relevantes, abordando a realidade na cara dura, com seriedade e acidez é uma das novidades claramente perceptíveis em "Armageddon".

Com um produção exemplar nas mãos do guitarrista René Berthiaume e masterização a cargo do renomado Maor Appelbaum (Faith No More, Adrenaline Mob, Halford, Angra, Sepultura, Anvil, Queensrÿche) o disco não deixa um ponto sem nó. Onze composições épicas e poderosas, cheias de orquestrações sinfônicas que cativam trazendo mais densidade e menos o lado "alegre" do Folk.

Mesmo com uma orquestração épica de teclado "Erwachen" senta o pé com agressividade, vocais guturais e andamento forte também passado para "Katharsis". "Helmat" e "Helden" trazem climas mais dançantes e grudentos, usando de refrões mais melodiosos e quebra de andamentos. Já em "Born to Be Epic" é sentido um pouco do Death Metal mesclado com Eletronic e Epic.

"Zum Horizont" e "Rise Again" promovem uma volta ao início dos tempos mais folks da banda, mas usam de uma certa dosagem de agressividade e velocidade nas mesmas, dando assim uma forte roupagem.

Fechando o álbum, e sendo a faixa mais longa do disco, "Eternal Destination" é uma crítica direta aos estragos causados ao planeta pelos seres humanos, mórbida e sombria como uma mescla poderosa de Death e Doom, rica em mudanças de andamento e uso de elementos sinfônicos.

Com composições e engenharia de produção memoráveis, "Armageddon" embala o Equilibrium em uma sonoridade refinada, diversificada e muito rica, levando os alemães aonde nunca imaginaram ir!

Equilibrium - Armageddon (CD, 2016)
Shinigami Records / Nuclear Blast Brasil - Nacional

Músicas:

01. Sehnsucht
02. Erwachen
03. Katharsis
04. Heimat
05. Born to Be Epic
06. Zum Horizont
07. Rise Again
08. Prey
09. Helden
10. Koyaaniskatsi
11. Eternal Destination

Integrantes:
- Robert “Robse” Dahn (vocal);
- René Berthiaume (guitarra/teclado);
- Dom R. Crey (guitarra)
- Marcus “Makki” Riewaldt (baixo);
- Tuval "Hati" Refaeli (bateria).


Sites Relacionados:

www.equilibrium-metal.net

PANZER: Resistance (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.
 
Nenhum outro título definiria tão bem o tanque de guerra brasileiro Panzer!

Um dos mais novos lançamentos da Shinigami Records, "Resistance" é o registro do legado invejável que esses bravos veteranos carregam em suas bagagens. Marcas honrosas de inúmeras conquistas ao longo dos anos, esmagando fases e obstáculos que ousem entrar em seu caminho, sempre comandando a linha de frente da batalha.

O disco que marca a estreia de Sérgio Ogrês nos vocais, entra para o currículo como o quarto trabalho de inéditas com um Panzer raivoso e revigorado, mostrando que ainda há munição de sobra para surrar os tímpanos de muita gente!

Produzido por André Pars e Henrique Baboom, também responsável pela mixagem, resultando um material com uma qualidade refinada e de nível excelente, "Resistance" vem mergulhado nas raízes de Thrash Metal com doses grooveadas de Stoner, agora mais despojado e dinâmico, e resgatando um pouco do que era feito no passado, em "The Strongest" (2001).

Claramente, vemos um nível surpreendente de maturidade, um trabalho mais ousado, com guitarras trabalhando à todo vapor atirando riffs marcantes e cerrados, melodias ostensivas, solos distorcidos com bom gosto, quatro cordas marcantes e firmes, bateria centrada, regada de Groove, abusando da criatividade e vocais esbanjando garra juvenil, muito bem usados e ousados.

Sim, Ogrês não demonstrou receio e chegou mesmo com as mangas erguidas e punhos fechados, pronto para socar crânios. O músico destila todo seu dinamismo e técnica para encaixar precisamente sua linha vocal usando das nuances mais suaves às mais extremas.

Um ambiente de nostalgia aos discos clássicos de Thrash Metal paira na sonoridade destilada em "Resistance", e isso deixa tudo mais agradável. Te dá a sensação de estar em casa.

Exemplos disso:
"The Price": Um andamento agitado, lembrando em alguns momentos "Ride the Lightning", além de backing vocais familiares com o Hardcore de Nova York.

"Impurity": Já chega mais carrancuda, uma pegada fortíssima de Stoner, com uma rítmica mais firmes de todos os instrumentos. Riffs e vocais azedos, que ganham força à cada estrofe.

"To Scream in Vain": Uma agressividade fortíssima, coisa que o Panzer sabe destilar sem rodeios, mas que te dão aquela saudade do Pantera. O groove como solto, enquanto a bateria senta o pé com firmeza do início ao fim.

"Attitude": A faixa celebra o clima de lutas, amizade e vida, numa linhagem mais Hard-Rock n Roll, é mais diversificada de andamentos, dona de um solo pegado, ganhando também uma versão em espanhol que fecha o disco.

"The Resistance": Se o título do disco cai como uma luva, na composição que carrega o mesmo não poderia ser diferente. A faixa que menciona o lendário Black Sabbath é altamente violenta e agressiva, mostrando o surpreendente domínio técnico de cada músico, trazendo todo sangue do corpo para os punhos!

"Resistance" é prova suficiente de que, 25 longos anos de carreira e incontáveis batalhas, não trincou um milímetro sequer do robusto tanque que continua forte, original, e extremamente pesado.

O Panzer supera os próprios limites!

Panzer - Resistance (CD, 2016)
Shinigami Records - Nacional

Músicas:

1. 96
2. The Price
3. Impunity
4. No Fear
5. No Scream in Vain
6. Alone
7. Attitude
8. Do It!
9. The Old and the Drugs for the Soul
10. The Resistance
11. You May Not Have Tomorrow
12. Actitud


Integrantes:
Sérgio Ogres – Vocal
Andre Pars – Guitarra
Fabiano Menon – Baixo
Edson Graseffi – Bateria

Sites Relacionados:

www.panzermetal.com.br
www.metalmedia.com.br/panzer

RIGOR MORTIS BR: The One Who (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Nada convencionais, os gaúchos do Rigor Mortis BR, retomam suas atividades após longos anos afastados dos palcos, e para mostrar que estão com energia à flor da pele, o quarteto invade o ano de 2016 trazendo seu mais novo disco: "The One Who"!

Lançado mundialmente pela Sangue Frio Records, o álbum produzido, mixado e masterizado pelo guitarrista Alexandre Rigor na Dark Medieval Times, chega ao público fechando dez composições, brutas, ensurdecedoras e nada, nada amigáveis.

Isso porque a sonoridade emanada pelo quarteto é regrada na linhagem brutal do Death Metal (90), porém nada Old School, e é justamente essa brutalidade insana que proporciona ao grupo sua própria personalidade. Uma identidade só sua.

O ambiente atordoante é o reflexo do clímax densamente extremo que surgem dos riffs azedos e incessantes das guitarras, cerradas do início ao fim, lembrando o tormento das almas podres à queimarem eternamente no inferno sedento. A bateria aduz agressividade e velocidade dos bumbos, variando entre pratos e viradas, e os vocais guturais e urrados soam maléficos e impiedosos.

As faixas "Human Flesh Juice", "Medieval Impalement", "Raw Meat Sugar" e "The One Who" esmagam os cérebros mal-acostumados como pedradas da morte. "The One Who", certamente não veio com intenção de agradar a grande maioria, mas sem dúvidas, o disco diz muito sobre o que é o Rigor Mortis BR em toda sua existência!

Rigor Mortis BR - The One Who (CD, 2016)
Sangue Frio Records - Nacional

Músicas:

1 - Intro
2 - Dialeto de Morto
3 - Psychotropic Illness
4 - Human Flesh Juice
5 - Medieval Impalament
6 - Find Body Parts Toy
7 - Febrônio Índio do Brazil
8 - Interlúdio
9 - Raw Meat Sugar
10 - The One Who...


Integrantes:
Leafar Sagrav - Vocal
Christian Peixoto - Baixo
Alexandre Rigor - Guitarra
Ricardo Borges Chiarello - Bateria

Sites Relacionados: 

www.facebook.com/RigorMortisBR
www.sanguefrioproducoes.com/artistas/Rigor+Mortis+BR/10

09 outubro, 2016

CREPTUM: Of Lies, Curses and Blood (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

No seu último registro, "In The Arms Of Death", o CREPTUM deixou toda sua legião de seguidores a sensação áspera na garganta de. . quando teríamos o debut, um registro esguio para apreciarmos como o prato principal do culto. Pois bem. Pedidos feitos são pedidos atendidos!

A verdade é que a horda paulista estava com o "Ace of Spades" debaixo da manga e já trabalhava com vigor em seu primeiro filho, e diga-se de passagem, o disco chegou causando furor, indo contra aos padrões conservadores.

Sim! Lançado em parceria com a Mutilation Records, "Of Lies Curses and Blood" cruza os portões do inferno, regrado por um Black Metal carregado de fúria e acidez, vestindo mantos brancos cobertos pelo vermelho do sangue dos pecadores!

A ousadia que a banda tem sempre foi um dos fatores mais interessantes e atrativos, pois o grupo destila a essência visceral do mais puro Black Metal raiz, à lá anos noventa, uma sonoridade agonizante e ríspida, o verdadeiro culto da morte, mas não tendo medo de deixar tudo isso em alta qualidade.

Em "Of Lies Curses and Blood" não poderia ser diferente. Produzido pelo guitarrista Eric Cavalcante, no Ponto Zero Studio (Santo André, SP) e masterizado pela equipe Absolute Master, o primogênito dispõe de dez composições impetuosas e agressivas, além de contar com "In The Arms Of Death" e "Burn the Cross" do EP anterior, além da participação do multi-instrumentista Paolo Bruno (Desdominus, Thy Light) nos solos da faixa "An Inevitable End".

Guitarras disparando rajadas brutais de riffs sujos e cortantes como lâminas afiadas, arranjos gélidos e bem trabalhados, uma cozinha rítmica de andamentos muito bem sincronizados; as quatro cordas latentes e pontiagudas e uma orquestração de bateria esgalgada e imprescindível. As linhas vocais de Raphael Grizilli cheias de cólera, estão ainda mais raivosas e cruas lembrando Per Yngve Ohlin (Mayhem) e Varg Vikernes (Burzum).

Grizilli, que também é Graphic Artist, que assinou todas as artes da banda até aqui, ficou à cargo da impactante e polêmica capa do full-length, um design refinado e luxuoso banhado pelos tons vermelhos de sangue.

"On The Pale Horse": Usa de alguns segundos de introdução, no clímax apocalíptico, para logo em seguida aparecerem riffs grudentos e ásperos, acompanhados pelas pancadas violentas de bateria. Há uma certa variação de bom uso, com momentos mais densos e um refrão que crava no crânio.

"In The Arms Of Death": Abusa da agressividade para destilar fúria, e ressalta o controle e trabalho rítmico que o grupo tem, variando entre a velocidade, a técnica e uso de quebradas bruscas.

"Against the Lies": Dispõe de uma estrutura altamente agressiva, brutal, que mesmo em seu momento de uma leve quebrada, não deixa de esmagar tímpanos. Vasto trabalho de bateria, investindo em beats, pedais duplos e viradas.

"An Inevitable End": Uma atmosfera mórbida regra o andamento da faixa, que mesmo parecendo a mais cortejante, não abre mão de dilatar a áurea recheada de fúria. Paolo Bruno trouxe requintes do Thy Light para a canção e soltou um solo pomposo à faixa.

"Burn The Cross": Burn! Burn the Cross! Não seria o Creptum se não houvesse esses momentos de pura blasfêmia e profanação em sua música, a faixa usa todo seu peso e velocidade do riffs.

"Memento Mori": A introdução sombria das quatro cordas abrindo alas para. .

"The Unknown Darkness": Que mantém pulsante o grave do baixo ao lado da rifferama cerrada das guitarras. Também usa muita variação rítmica.

"Through the Flames and Shadows": Digamos que a faixa tocaria facilmente numa programação de rádio num sábado à noite? Não mesmo, mas certamente é aquela "Baladinha-Black" que dá folga ao tímpanos.

"New Aeon Misanthropy": Riffs densos regram o andamento arrastado da faixa, que usa de temperos mais soturnos, envolto a uma forte temática.

"The Black Sword": A faixa mais longa do disco e que lembra algumas hordas da Noruega, aqui também feito um trabalho rítmico mais extenso, abrangendo vários elementos de forma individual e coletiva, arranjos dignos de uma seita para sacrifício deixam o clima ainda mais sombrio.

O fato é que o CREPTUM, desde sua origem, soube exatamente em que patamar queria chegar, procurando sempre requintar sua música sem perder sua essência, e de fato, conseguiram fazer algo extraordinário! Quinze anos de lutas e muito sangue derramado, esses veteranos de guerra transcenderam seu gênero e consolidaram-se de vez, emperrando a bandeira do metal negro no topo da montanha gelada.

Valeu a pena esperar tanto!

Creptum - Of Lies, Curses and Blood (CD, 2016)
Mutilation Records - Nacional

Músicas:
1. On The Pale Horse
2. In The Arms of Death
3. Against the Lies
4. An Inevitable End
5. Burn The Cross
6. Memento Mori
7. The Unknown Darkness
8. Through the Flames and Shadows
9. New Aeon Misanthropy
10. The Black Sword


Integrantes:
Tanatos - Vocal e Guitarra
Deimous Nefus - Guitarra
T. Aversvs - Baixo
Animus Atra - Bateria

Sites Relacionados:
www.creptum.com
www.metalmedia.com.br/creptum

08 outubro, 2016

SINSAENUM: Echoes of The Tortured (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

O petiz Sinsaenum veio à tona em meados de 2015, após cinco longos anos para ser posto no papel. Ou melhor, nos palcos!

O projeto cujo a ideia original partiu do multi-instrumentista Joey Jordison ganhou grande impacto ao redor de si mesmo, pois conta renomados membros de grandes bandas como os vocalistas Sean Zatorsky (Dååth, ex-Chimaira) e Attila Csihar (Mayhem) além de Frédéric Leclercq (Dragonforce) e Stéphane Buriez nas guitarras, do baixista Heimoth e o próprio Joey assumindo a bateria.

A repercussão ficara ainda maior com o lançamento do clipe de "Splendor and Agony", em performances aterrorizantes, em cenas cobertas de sangue e morte.

"Echoes of The Tortured" é envelopado num clímax apocalíptico, numa atmosfera altamente sombria e densa, onde o maior foco aqui é o Death Metal, que em vários momentos chega à casar com um pouco do Black Metal, e, justamente essa veemente cozinha pautada de uma sonoridade técnica tem a responsabilidade de datar peso e agressividade ao resultado final.

O álbum é composto, nada mais, nada menos do que 21 faixas, onde em algumas destas faixas, soam como introduções de ápices épicos e mórbidos para a entrada de guitarras carregadas de fúria e rancor. Riffs ríspidos e variados, mas envoltos de maneira bem simples, sempre cravados e precisos, o que torna o peso das guitarras ainda mais ácido e soturno.

Não podemos deixar de ressaltar a complexidade vocal aqui contida, pois lembrando que aqui temos dois vocalistas, e dueto aqui trabalhado é primoroso! É essa condição permite uma variação imensa e tenebrosa, abusando da variabilidade.

Outro fator brilhantino é que, somente no Sinsaenum, Joey põe em prática toda insanidade e talento na criação de baterias esmagadoras, violentas, cheias de Beats cravados e o uso técnico para preencher com peso e precisão cada milésimo de tempo. Sensacional! A melhor coisa que o mesmo fez foi se desligar da sua antiga banda.

Em "Echoes of The Tortured" não temos nada de tão inovador, mas temos um trabalho enriquecedor para o metal extremo, algo que apresentaríamos facilmente para quem não teve a oportunidade de conferir ainda. Uma audição violentamente agradável, que conta com destaques agressivos como as faixas "Splendor and Agony", "Inverted Cross", "Army of Chaos" (com Marcel Schirmer, do Destruction), "Condemned to Suffer", "Sacrifice", "The Forgotten One" e "Gods of Hell".

O Sinsaenum tem mesmo uma estrada promissora, e certamente é uma das bandas das quais gostaríamos de esperar por mais um disco, muito em breve!

Sinsaenum - Echoes of The Tortured (CD, 2016)
Shinigami Records - Nacional

Músicas:

01. Materialization
02. Splendor And Agony
03. Excommunicare
04. Inverted Cross
05. March
06. Army Of Chaos
07. Redemption
08. Dead Souls
09. Lullaby
10. Final Curse
11. Condemned To Suffer
12. Ritual
13. Sacrifice
14. Damnation
15. The Forgotten One
16. Torment
17. Anfang Des Albtraumes
18. Mist
19. Echoes Of The Tortured
20. Emptiness
21. Gods Of Hell
22. Oblivion (Bonus Track)
23. Death Is The Beginning (Bonus Track)


Sites Relacionados:
www.sinsaenum.com

05 outubro, 2016

CARNIFEX: Slow Death (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Representante de peso da cena Deathcore mundial, o Carnifex, deu as caras em 2016 apresentando seu sexto disco da carreira, o intitulado "Slow Death". O trabalho lançado no Brasil pela Shinigami Records é de cair o queixo, pois claramente pegou à todos de forma surpreendente, um álbum literalmente animal!

"Slow Death" foge perceptivelmente das raízes do grupo e resulta em algo mais violento, agressivo e com boas pegadas de sinfonia. Mesmo carregando alguns mínimos resíduos de modernidade, a música do quinteto da cidade de San Diego, CA, ganha uma roupagem que traz influências do Old School, Death Metal, Brutal Death Metal e do Symphonic Black Metal.

A produção a cargo da própria banda e Mick Kenney (ANAAL NATHRAKH, BLEEDING THROUGH), a co-produção feita por Jason Suecof (DEATH ANGEL, CHELSEA GRIN, JOB FOR A COWBOY) e mixagem feita por Mark Lewis (THE BLACK DAHLIA MURDER, WHITECHAPEL, DEVILDRIVER, DEICIDE) no Audiohammer Studios em Sanford, Florida, é outro fator matador e fundamental para um resultado final tão primoroso!

Dez faixas horripilantes, de riffs ganchudos e agressivos, onde a base rítmica feita pelas quatro cordas e as tesouradas de bateria formam uma atmosfera densa e técnica, com uma mescla de groove, dança coesa entre os pedais duplo, preenchimento cautelar das combinações de conduções, splash, shines e ataques sempre muito intensos. O acréscimo das orquestrações sinfônicas datam uma elegância sombria ao som, criando uma áurea fúnebre para o encaixe de solos técnicos e vocais bem mesclados entre guturais gordurosos e viscerais.

A opera sombria que carrega os segundos iniciais de "Dark Heart Ceremony" abre os portões para uma audição de machucar os tímpanos, uma canção validamente densa, de riffs grosseiros e vocais ganchudos. "Slow Death", dá a sequência mostrando um pouco das mesclas de influências presentes nesse disco e dispõe de momentos bastante variados, para "Drown Me in Blood" trazer um punhado de fusão entre o Brutal Death Metal e o Black Metal.

"Six Feet Closer to Hell" tem um trabalho recheado dos vocais, com aquela pegada Deathcore e andamento viciante de bateria, trabalhando entre densidade e velocidade de beats e pedais também sentida na visceral "Necrotoxic". "Life Fades to a Funeral" é um pomposo instrumental mórbido que abre caminho para a sinfonia maléfica e violenta de "Countess of the Crescent Moon", ceifada posteriormente por "Servants to the Horde" proporcionando lapsos à lá Behemoth!

Por fim, "Slow Death" tem atraído olhares e tímpanos para o renomado Carnifex, que deu um espetáculo de meteoros sonoros em comemoração aos seus dez anos na estrada. Ganhando o respeito dos conservadores, o disco cuja arte combinada em tons de preto e vermelho, assinada pelo renomado Sean Cushman (Godmachine) entra com facilidade para a lista dos melhores lançamentos mundiais de 2016!

Carnifex - Slow Death (CD, 2016)
Shinigami Records - Nacional

Músicas:
1. Dark Heart Ceremony
2. Slow Death
3. Drown Me In Blood
4. Pale Ghost
5. Black Candles Burning
6. Six Feet Closer To Hell
7. Necrotoxic
8. Life Fades To A Funeral
9. Countess Of The Crescent Moon
10. Servants To The Horde


 

Sites Relacionados:
www.carnifexmetal.com